DESERTO


"E o menino crescia e se fortalecia em espírito; e viveu nos desertos até o dia em que havia de mostrar-se a Israel." - Lucas 1:80
Neste trecho no primeiro capítulo do Evangelho de Lucas, nós lemos que, depois de seu pai ter proclamado uma maravilhosa profecia sobre sua vida, João Batista "viveu nos desertos até o dia em que havia de mostrar-se a Israel." Com certeza foi no deserto que João recebeu, através da revelação, a sua comissão ministerial, incluindo os detalhes de como ele iria reconhecer o Messias na hora certa (João 1:32).
Podemos ver nas vidas de muitos dos heróis da fé, tanto no Antigo como no Novo Testamento, que depois que alguém recebe seu chamado de Deus, esta pessoa sempre passa por um processo de tratamento, um deserto, antes de entrar na plenitude do seu ministério.
José recebeu seu chamado aos dezessete anos de idade (Gênesis 37:2), mas "foi vendido como escravo... cujos pés foram apertados com grilhões e a quem puseram em ferros, até que se cumpriu a sua profecia, e a palavra do Senhor o justificou" (Salmo 105:17-19). Antes dele poder governar ao lado do Faraó, José foi submetido a um processo de formação que foi tanto doloroso quanto demorado, mas que preparou um homem que tinha sabedoria suficiente para impressionar o ditador do império (Gênesis 41:38), e caráter suficiente para perdoar seus próprios irmãos que tinham o vendido como escravo (Gênesis 45:4 e 5).
Moisés nasceu para ser o libertador de uma nação (Hebreus 11:23), mas depois de passar quarenta anos aprendendo os caminhos de Egito (Atos 7:23) ele precisava passar mais quarenta anos no deserto (Atos 7:30), sendo preparado para guiar o povo de Deus na sua caminhada até a terra prometida.
Davi enfrentou o gigante Golias ainda adolescente (1 Samuel 17:33) já tendo sido ungido como rei pelo profeta Samuel (1 Samuel 16:13), porém enfrentou grandes dificuldades e lutas antes de entrar no seu reinado aos trinta anos de idade (2 Samuel 5:4). Ele aprendeu lições de liderança na caverna de Adulão (1 Samuel 22), fé no meio de crise em Ziclague (1 Samuel 30) e submissão à autoridade enquanto sendo caçado pelo rei Saul (1 Samuel 26). Até o tempo que ele passou cuidando do rebanho do seu pai serviu como experiência quando ele enfrentou o gigante (1 Samuel 17:34-35) e depois quando pastoreou a nação de Israel (Salmo 78:71).
Até o Apóstolo Paulo, depois da sua poderosa conversão na estrada de Damasco (Atos 9:3 a 6), teve experiências de fracasso ministerial, tanto em Damasco (Atos 9:22 a 25) como na Jerusalém (Atos 9:29 a 31). Só depois dele ter passado um tempo no deserto (Gálatas 1:17) - que alguns comentaristas acham poderia ter demorado até quatorze anos - Barnabé o levou para Antioquia (Atos 11:25-26), onde ele começou seu verdadeiro ministério de "apóstolo aos gentios" (Atos 13:2). Entendemos que foi no deserto onde Paulo recebeu, pela revelação, o Evangelho que ele pregou para os gentios (Gálatas 1:12) - incluindo detalhes sobre a última ceia do Senhor Jesus com seus discípulos (1 Coríntios 11:23 a 25) que coincidem exatamente com os detalhes contidos no Evangelho de Lucas (Lucas 22:17 a 20).
Talvez você está passando por seu deserto. Nestes momentos, é fácil pensar que Deus tem esquecido da gente, que as promessas que Ele tem nos falado nunca se cumprirão. Mas precisamos entender que o deserto faz parte do processo de preparo do ministro, que "a prova da vossa fé desenvolve a perseverança" que "deve terminar a sua obra, para que sejais maduros e completos, não tendo falta de coisa alguma" (Tiago 1:3 e 4). Quando estamos no deserto, devemos "combater o bom combate" utilizando como armas "as profecias que houve acerca de nos" (1 Timóteo 1:18), sabendo que o tempo de preparação passará e entraremos, na hora certa, em nosso ministério. Verdadeiramente, “não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido" (Gálatas 6:9).
Muitas vezes vemos ministérios que parecem com foguetes, como fogos de artifício que aparecem de repente com uma grande manifestação de poder, mas que logo se queimam e desaparecem da cena, caindo para a terra. Porém, a Palavra de Deus fala que "os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente" (Daniel 12:3). Uma estrela demora para aparecer no céu noturno, mas permanece a noite toda, até o amanhecer.
Precisamos aprender, como João Batista, a "viver nos desertos até o dia em que havia de mostrar-se a Israel."
Deus abençoe!
Texto de Pr Paul David Cull
Ministério Avivamento Já

1 Comentário:

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O caminho no deserto, sem dúvida é crescimento... Preparação! Amei o texto irmão. Paz!

 

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